Vindo de uma derrota amarga para Arman Tsarukyan no UFC 300, em abril, o ex-campeão dos pesos leves, “Do Bronx”, se viu momentaneamente afastado de uma nova chance de disputar o título. Porém, para um lutador empolgante e chamativo como Charles Oliveira, existem inúmeras possibilidades em seu futuro a curto ou médio prazo, e ele próprio analisa o cenário atual com cuidado antes de definir seus próximos passos no UFC.
SUPLENTE NO UFC 303
Sem luta marcada ou previsão de voltar ao octógono, o brasileiro se colocou à disposição para servir como reserva na luta principal do UFC 303, em Las Vegas, no dia 29 de junho. Esse card conta com o retorno do irlandês Conor McGregor enfrentando Michael Chandler, em um dos confrontos mais aguardados do ano. “Falando em relação a isso (possibilidade de ser suplente de McGregor e Chandler), por que não? Estou aqui. É uma luta que todo mundo quer. Se acontecer de alguém se machucar, estaria pronto para lutar. Se for uma luta que der muito dinheiro, se for bom, por que não? Eu estou aqui”, disse Charles ao site “SuperLutas”.
Ao saber da disposição de Charles, o irlandês Conor McGregor, que já foi cogitado diversas vezes para enfrentar o brasileiro, respondeu de pronto mostrando muita confiança e desdenhando também de Chandler. “Eu venço os dois na mesma noite, sem suar. Eu venço os dois em apenas um round. Juntos”, publicou Conor através do “X” (antigo Twitter).
DESAFIOS NO PESO LEVE
Em diversas entrevistas, Charles deixou claro que pensa em voltar ao octógono em julho ou agosto e, caso esteja pensando em dar a volta por cima em sua categoria, ele precisará dar alguns passos atrás no ranking para se reerguer. Do Bronx é o número dois da categoria, e quase todos seus vizinhos ou estão lesionados, ou têm luta marcada, ou lutaram contra o brasileiro recentemente.
Acima dele estão apenas o campeão Islam Makhachev e o número um, Arman Tsarukyan. Islam enfrentará o número 4, Dustin Poirier, na luta principal do UFC 302, no dia 2 de junho, e Tsarukyan, que enfrentou Charles recentemente, vai aguardar sua disputa pelo título.
Abaixo de Charles temos o número 3, Justin Gaethje, que recentemente anunciou uma pausa na carreira devido ao nocaute brutal sofrido no UFC 300. O número 5, Mateusz Gamrot, que, em tese, seria a luta naturalmente a ser casada para Charles. Porém, nem ele, nem o brasileiro, e nem o UFC deram indícios de que esse será o caminho, pois o polonês não é um lutador chamativo dentro do cage e muito menos fora dele.
Saindo do Top 10, o que seria um grande passo atrás para Charles, ele ainda possui poucas opções disponíveis. Chandler, número seis, irá enfrentar Conor. O número sete, Dariush, foi vencido por Charles há menos de duas rodadas. O oitavo, Rafael Fiziev, sofreu uma dura lesão e só volta no próximo ano. O nono colocado é Max Holloway, desafiante número um da categoria de baixo e dono do cinturão BMF (Mais Durão do UFC, em tradução livre). O havaiano, que já enfrentou o brasileiro, seria uma grande oportunidade de trazer Do Bronx novamente aos holofotes, e o brasileiro sabe disso.
“Com certeza esse sim. É sobre legado, sobre tudo que venho falando. Por que não? Ganhar o cinturão (BMF), um cara que já lutei muitos anos atrás, tive uma lesão durante a luta. Por que não?”, declarou o ex-campeão do UFC em entrevista ao “Ag Fight”.
A última opção de “Do Bronx” é o compatriota, décimo do ranking, Renato Moicano, que vem embalado por 3 vitórias seguidas e expressou interesse em enfrentar Charles. Mas, apesar de reconhecer a boa fase do atleta da American Top Team, o ex-campeão explica que seu desejo é encarar grandes nomes do MMA que estão acima na tabela de classificação.
“Com todo respeito ao Moicano, mas acho que tenho que olhar para a frente e não para trás. Eu demorei muito tempo para chegar nos cinco melhores do ranking. O Moicano está vindo de uma boa luta, fazendo uma boa sequência, mas não está ali. Agora, acho que no momento não”, declarou o ex-campeão Charles do Bronx.
CATEGORIA DE CIMA
Com poucas opções em sua categoria, o futuro de Charles pode abrir portas para uma eventual luta nos meio-médios, que é até 77 kg. E lá Charles Oliveira já tem o seu primeiro desafio, o ex-campeão interino e famoso pelo ‘trash talking’, Colby “Chaos” Covington. Em entrevista ao podcast ‘Submission Radio’, Colby Covington desafiou Charles do Bronx e, com seu estilo provocador de sempre, se intitulou o ‘Rei do Brasil’.
“Eu quero lutas de legado. Acho que um cara como Charles Oliveira faz sentido. Eu sou o rei da p**** do Brasil, todo mundo sabe que eu mando naquela m**** de país. Todas as mulheres me amam e todos os homens querem ser como eu. Então, Charles Oliveira, se você realmente quer subir para os meio-médios atrás de grandes lutas, vamos ver se você é de verdade ou se só fala”, disparou o norte-americano, provocando Charles e o Brasil.
Ao saber do desafio, Oliveira destacou que acha a proposta interessante e que estaria disposto a subir de categoria para medir forças com ‘Chaos’. Mas antes de cravar qualquer tipo de situação, Do Bronx quer saber o interesse da empresa em realizar o hipotético confronto.
“Na realidade, é sentar e ver. É sobre legado, história, valores. Tem que sentar (e negociar). Quando acordei de manhã no dia (que ele me desafiou), milhares de pessoas me mandando mensagem. Aí mandei para o Diego e perguntei: ‘E aí, Diego, o que você acha?’. E ele respondeu: ‘É sentar e conversar’. É ver o que é bom, o que o UFC acha sobre isso. Não é só o que o Charles acha, temos que ver o que o UFC acha sobre isso. Ele (Colby) é um cara falastrão, fala bastante. Então vamos ver, por que não? Com certeza (estou disposto a subir de categoria), se ela (proposta) fizer sentido e for algo bom para mim, por que não?”, destacoqu Charles.
E AI, QUAL O MELHOR CAMINHO PARA CHARLES OLIVEIRA?