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Marcio PEDRA, Ex TUF BRASIL, fala sobre os esportes de LUTAS na Baixada Fluminense. CampeA�es dos ringues e da vida.

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Entrevista com Marcio pedra. Após aceitar o desafio de lutar na Chechênia, o lutador da Baixada fluminense precisou perder quase 20 quilos em duas semanas.

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 “Crescer dentro do esporte para direcionar os jovens para um caminho bacana, saudável e de felicidade”  Marcio Pedra – Lutador de MMA

Estivemos na semana passada cobrindo um evento na Baixada Fluminense, a equipe ficou perplexa diante da multidão aglomerada nas arquibancadas e imediações do ginásio na cidade de Queimados. Milhares de pessoas entravam e saiam acompanhando as batalhas empreendidas por atletas de Jiu-Jitsu de todas as idades e graduações.

Enquanto milhares de jovens da região metropolitana das grandes cidades passam o seu tempo em rodinhas de drogas, ou prestando “serviços” para os traficantes, vários mestres empreendem verdadeira batalha para retirá-los dessa vida sem futuro. Um dos mestres presentes ao evento em Queimados administra um projeto social que fornece apoio para 300 jovens. A Fórmula é simples: Saúde, amizade, lealdade e compreensão.

Os esportes de LUTA na Baixada Fluminense tem exercido papel gigantesco no direcionamento e recuperação da juventude, na construção do futuro da região.

Conversamos essa semana com um lutador recém chegado do Rússia, o Ex-TUF Brasil, Marcio Pedra. Pedra é um lutador em todos os sentidos em que pode ser entendido o termo. Ele representa uma geração que mesmo tendo crescido em uma das cidades mais violentas do planeta, conseguiu vencer na vida e, mais do que isso, agora serve de exemplo ajudando no resgate da juventude da grande periferia carioca, chamada Baixada Fluminense.

Revista Lutas. Qual seu nome, onde nasceu?

Marcio Pedra. Nasci no Méier e desde então morei e cresci em Belford Roxo, atualmente tenho 27 anos.

 

Revista Lutas. Qual sua expectativa para o futuro de sua carreira no MMA?

Marcio Pedra. Depois de todos esses acontecimentos eu acredito piamente que eu tenho a chance de mudar a minha vida através da luta, através dos meus punhos. Que eu tenho capacidade de ser um campeão mundial, de estar entre os TOP 10 do mundo. A minha vida gira hoje em torno da minha carreira… Eu quero ser uma pessoa que faça a diferença na luta e na vida pessoal das pessoas. Eu sou uma pessoa extremamente ligada à família. A minha vontade de crescer dentro do esporte é para que eu possa usar a minha imagem para direcionar os jovens para um caminho bacana, saudável, de felicidade.

Revista Lutas. Qual sua linhagem na luta?

Marcio Pedra. Sou oriundo do Jiu-Jitsu, faixa preta da equipe IST /GTT fui graduado pelo meu mestre Ismael, uma referência pra mim em todos os sentidos, como pessoa, como atleta e como mestre… o mestre Gustavo. Estes são pessoas que não tem nada que desabone as suas condutas e que são referências pra mim até hoje.

Pratico Jiu-Jitsu desde os 12 anos de idade. Sou faixa preta há 4 anos e desde jovem pratico outras modalidades, como Muay Thai e kickboxing. Sou graduado em luta livre também… o mestre Edil Rodrigues que me reconheceu como faixa preta. Pra mim é uma honra defender essas duas bandeiras que há muito tempo atrás não se cruzavam, não se permitiam, que é o Jiu-Jitsu e a Luta livre. De quimono eu levo o Jiu-Jitsu, sem quimono eu levo a Luta Livre e no MMA eu represento as duas.

 

Revista Lutas. Quais os seus maiores títulos?

Marcio Pedra. Sou competidor desde muito jovem, então já tive inúmeros títulos. Desde de o mundial da CBJJP, tenho diversos títulos estaduais, fui campeão brasileiro em 2004, campeão em diversos eventos de Luta Livre e Submission como bicampeão da copa RISK, campeão do mundial do CBJJP, campeão de diversas super lutas. Os meus principais títulos: na trocação eu tenho 7 lutas de K-1 e nenhuma derrota, 1 luta de boxe amador com um nocaute e no MMA o meu recorde hoje é de 7 vitórias e 2 derrotas

marcio pedra face to faceRevista Lutas. Sabemos que, ao aceitar a luta na Chechênia você teve pouco tempo de preparação. Contudo, percebemos que foi uma luta bastante equilibrada. Em sua opinião, o que faltou para vencer?

Marcio Pedra. Foi a questão da oportunidade. Aqui no Brasil eu já lutei com os TOP 5. Depois de participar do The Ultimate Fighter eu fiz 3 super lutas com 3 super atletas, que estão no TOP 5. Sergio Junior, Pantera… a minha penúltima luta contra o bomba, que foi uma guerra, ambos pelo face to face, defendendo e disputando o cinturão.

E eu queria alçar vôos maiores. E a oportunidade de lutar fora do Brasil é um divisor de águas e uma experiência que eu preciso ter antes de chegar no UFC  e outros mais. Foi uma experiência tremenda e apesar do pouco tempo pra me preparar foi um desafio que eu aceitei em nome da experiência e do aprendizado. Eu só tive duas semanas pra tirar cerca de 20 quilos. Eu desci de 96 para 77 quilos em duas semanas, não foi fácil, mas eu acreditava que era possível e foi possível. O peso foi batido com sucesso.

Eu acredito que eu tenha feito uma boa apresentação, ter lutado até mais do que o próprio russo em termos de ações e disposição. Ele realmente só se preocupou em se defender e em equilibrar a luta.  Enquanto eu me expus, andei pra frente busquei a vitoria a todo momento.

Realmente o que faltou pra ser vitorioso nesse combate, eu realmente senti a falta de uma preparação. Eu tenho certeza de que se eu tivesse um tempo a mais. Isso é uma realidade. Quem é profissional de MMA, profissional de esportes de alto rendimento sabe do que eu estou falando. Só me senti realmente inferior a ele na questão da preparação física, da força isométrica. Ele cansou até bem mais do que eu, porém não perdeu isometria, não perdeu força… Se eu tivesse um mês para ter me preparado. Tecnicamente não acredito que ele tenha sido superior a mim. Ele foi superior na parte física e na questão estratégica, a gente sabia que por pontos, lutar na Rússia contra um RUSSO, um cara que tinha o favorecimento da organização, e cuja vitória seria bem vinda seria um trabalho árduo. Quero outras oportunidades, mas quero estar pronto… Agora eu me preparo cada vez mais no dia-a-dia para que eu possa estar totalmente pronto, não 50% pronto.

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Imagem de Globo Esporte

Revista Lutas. Sua experiência no TUF Brasil foi uma oportunidade de mostrar seu talento. Em sua opinião, para os que estão começando, qual conselho para ser um reconhecido campeão?

Marcio Pedra. O The Ultimate fighter foi um divisor de águas na minha vida. Uma oportunidade que eu atribuo a Deus – cada um tem a sua fé – Mas eu atribuo a um caminho que foi traçado por Ele. Porque ser escolhido numa seleção de mas de 800 atletas e ali ser escolhido pra representar a sua historia com seus próprios punhos eu acredito que quem me escolheu não foram eles foi DEUS para que ali eu pudesse mostrar o meu trabalho, divulgar a baixada. Eu sou ferrenho divulgador de Belford roxo, da baixada. Eu tenho orgulho de ser um atleta que não tem apoio, não tem ajuda financeira de ninguém. Com o apoio familiar e apoio dos meus pais eu consegui chegar até meus sonhos.

Conviver 3 meses ali com os melhores do mundo, Wanderlei Silva, Werdum… são amizades que eu carrego até hoje… Tiago Marreta, Thiago Alves, Davi Vieira, Leo Santos, Bezouro. Eu acredito que eu tenha sido ali um dos que fez amizades com todos, dos dois times e essas amizades perduram e é isso que mais importa. A experiência e amizades que somam até hoje em minha carreira.

Pra aqueles que estão começando eu sempre digo que o caminho é o treino, que não existe atalhos na vida, dediquem grande parte do seu dia, do seu tempo pros seus sonhos e trabalhe porque você precisa fazer por onde pra que DEUS possa te ajudar… Saibam que o caminho é árduo mas que no final sempre vale a pena.

Revista Lutas. Obrigado Pedra e Desejamos sucesso. 

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